Quando chovia, após muito sol quente, meu pai gostava de ficar na janela da residência velha, lá em Minas, investigando as plantas do quintal, cada uma delas fazendo os gestos que sabia. Os tomateiros, hortelãs e manjericão, exalando seus perfumes. As folhas de couve e de espinafre, brincando de absorver gotas d’água, grandes e brilhantes. Como se cada ervinha se parecesse com a gente e tivesse, secretamente, alegria de viver.
E ele avenida, nos movimentos das plantas do quintal, gestos litúrgicos, celebrações do puro entusiasmo de estar vivo. Sei que isto parece exótico. Nossos olhos foram desencantados, faz muito. Aquele poder mágico/poético reproduzido por Blake, de enxergar o eterno num grão de areia, imediatamente não sabemos o que é. As plantas de quintal deixaram de ser companheiras nossas, e as conhecemos só como coisas semimortas, cortadas, silenciosas, nos balcões de feira, nos sacos de plástico. Todavia eu não consegui esquecer: continuo a viver no mundo mágico da minha infância.
As plantas são minhas irmãs e companheiras e amam a doçura da vida tanto quanto nós. Não sei se isto é verdade. O meu corpo humano não termina pela minha pele. Ele se estende pelo espaço sem encerramento. Lembro-me de Jorge Luís Borges citando que “vamos andando solidamente e de repente vemos um pôr de sol, e estamos perdidos de novo”. É que o pôr de sol não é somente coisa que aconteça lá fora. Ele é metáfora poética que mora em mim.
E no momento em que as tuas cores vão se metamorfoseando pelo amarelo, o abóbora, o vermelho, o marrom, o roxo, até perderem-se pela noite, é dentro de nós que isso ocorre. visite a seguinte página do website a aflição. Tudo o que vemos são pedaços arrancados do nosso corpo. O ar, Clique Sobre esta página , a comida são extensões da gente mesmos.
Porém isso não chega. Não basta viver. na página principal . Uma gota de orvalho não me faz viver ou morrer. Mas sua magia me enche de agradeço, e penso que valeu a pena o mundo ter sido formado em consequência a daquele milagre fugaz. Olho os céus estrelados. Lá está Sírius, a estrela mais brilhante.
Sua claridade não me faz viver ou morrer. Entretanto ela desperta, em meu organismo, pensamentos sobre isto eternidades que neste instante passaram, e a respeito do tempo em que eu terei passado, e ela permanecerá a brilhar. visite este link do site é perfeito este mundo! É desta maneira que, às vezes, eu sinto uma terrível tristeza, uma desejo de não partir. Queria ser como a Fênix, ressurgir a todo o momento das cinzas.
Que não me consolem com promessas de imortalidade da alma. Sou um ser deste mundo. Poderia, por acaso, existir um caqui espiritual, ou um mar que não fosse água? O que será, quem verifique este site , mais desalegre. ” Não, não aspiro partir. Meu corpo humano pertence a esse mundo. E é este o único significado que encontro nessa linha metafórica da Páscoa, quando a existência volta da morte, teimosamente pro corpo. Não imagino se é verdade. Todavia o poema é gracioso e diz a verdade do meu desejo.
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